Como as pessoas conseguem ter filhos sem o menor escrúpulo moral? A procriação é justificada por ser algo natural e instintiva (a violência e a gula também são instintivas, e nem por isso são coisas boas).
A vida claramente não é boa o suficiente para impô-la a alguém. Todos nós, independentemente das condições em que vivemos, passamos por diversos atritos e desgastes desde o nascimento até a morte (uma pessoa que "gosta da vida", gosta porque é forçada a gostar, se não é consumida pelo sofrimento físico e mental).
Além de impor-nos o nascimento, a sociedade ainda estigmatiza o suicídio e nos impede de fazê-lo a todo custo, trazendo clichês como o de que ele "é uma medida permanente para um estado temporário" (o estado de sofrimento da vida não é temporário). Na verdade, tanto no interesse da sociedade pela geração de filhos quanto pela prevenção do suicídio, está implícito um âmbito econômico, já que uma vida a mais é uma mão de obra a mais e vice-versa.
Enfim, a visão da procriação como algo moral e do suicídio como imoral é algo extremamente perverso, e me pareceu conveniente introduzir esse tópico nesse fórum. Aconselho buscarem conhecimento sobre o antinatalismo, havendo um bom representante dessa vertente filosófica no Brasil chamado Julio Cabrera.