A maior dificuldade que eu estou tendo é sobre a questão da calda sulfocálcica. Lá na gringa ela é chamada de lime sulfur, e a composição dela é uma bagunça: vários tipos de polissulfeto de cálcio, tiosulfato de cálcio, sulfito de cálcio e sulfato de cálcio, não dá pra saber nem mesmo como é a reação direito pra ter uma estimativa da quantidade de polissulfeto produzida. Também é difícil obter informação sobre a porcentagem aproximada de cada uma dessas substâncias e a concentração de polissulfeto na calda sulfocálcica que é comercializada.
Talvez tenham algumas informações boas na net, mas caso não ache, realmente acho que o que sobra é fazer um experimento pra saber. Você tem alguma informação sobre a proporção que deve usar de ácido muriático:calda sulfocálcica? Dá pra tentar fazer um teste em escala reduzida da reação. Nesse caso eu pesaria numa balança um pouco de ácido muriático e um pouco da calda sulfocálcica e colocaria os 2 pra reagir. Depois de algum tempo reagindo dá pra colocar um pouco de água oxigenada (sem ser a cremosa; pesar tbm) pra neutralizar o H2S e pesar a solução dnv pra ver qual foi a massa de H2S que saiu da reação e assim ter uma ideia de quanto do gás dá pra produzir e em quanto tempo. Se for algo em escala bem pequena e se for feito ao ar livre - de preferência com certo vento - não vejo problemas. Eu já fiz algumas experiências com esse gás e nunca tive problemas (além do fedorzaço) quando eu gostava de Química, mas faz bastante tempo.
Óbvio que aí vêm outros fatores né: quando você escala o experimento, a reação vai acontecer mais rápido por causa do calor produzido. provavelmente aumenta o rendimento da reação também! (Que significa que vai ter menos calda sulfocálcica e ácido muriático sobrando depois de terminado e mais H2S produzido) Outra coisa é que como a calda sulfocálcica possui sulfito de cálcio, então a reação vai gerar um pouco de
dióxido de enxofre como impureza, o que não é legal, já que o dióxido de enxofre é um gás com um cheiro bem forte e que sufoca muito, chega a ser insuportável (pra ter uma ideia compra um pouquinho de enxofre e coloca fogo, a fumaça é muito desagradável de respirar). Mas aí também não sei se a quantidade produzida é relevante o suficiente pra provocar esses efeitos. Vi num vídeo no youtube que se você dissolver aluminio no ácido muriático antes (produzindo cloreto de alumínio) e aí sim misturar com o polissulfeto, o H2S produzido é puro e sem dióxido de enxofre >
(se quiser dar uma olhada).
Uma vez que der pra ter uma idéia da quantidade de H2S que é produzida, dá pra você medir a área do local (em m3) que você pretende usar e fazer uma relação entre o H2S produzido/área, depois é converter de mg/m3 de ar para ppm nesse site >
https://www.lenntech.com/calculators/ppm/converter-parts-per-million.htm Vai te dar uma boa ideia de quanto de cada solução precisa usar. Obviamente é recomendado que use um lugar com teto baixo, já que eu tenho quase certeza que a reação gera calor e o gás quente vai subir então a maior concentração vai ser perto do teto.
É bem importante lembrar que o PPH classifica "peacefulness" desse método como 3, e eu honestamente acho que não é atoa. Para o gás atingir a concentração "bate e queda" dele onde você desmaia e morre com 1-2 respiradas provavelmente pode levar 1 minuto ou até mais usando ingredientes impuros e em uma quantidade menor que absurda. Nesse meio tempo você terá que lidar com os sintomas relacionados às concentrações menores do gás: irritação nos olhos e no nariz, dor de cabeça, tremores, ansiedade (ele estimula o SNC), tontura e até mesmo convulsão. Acho que essa reputação de bate e queda desse gás vem mais por conta de casos onde ele se acumula em alguns locais e é liberado de uma vez - como em alguns trabalhos de indústria e mineração - o que faz com que a vítima respire rapidamente o gás em concentrações acima de 1000ppm... E esse fenômeno provavelmente é o responsável pelas mortes de socorristas (bem comuns) que abrem carros e outros locais fechados onde pessoas passaram dessa com esse método... Creio que é um método que pode ser pacífico sob certas circustâncias, mas assim como o cianeto, não existe garantia pra isso e cada caso é um caso.